domingo, 2 de janeiro de 2011

Garota é proibida de levar namorada ao baile de formatura

Constance McMillen, de 18 anos, é diferente das outras meninas. Ela não é diferente porque a Lady Gaga a chamou de “meu monstrinho predileto”. Também não é diferente por ser lésbica, pois muitas das outras meninas também são. Mas ela é diferente porque foi proibida de levar a namorada ao baile de formatura. Isso aconteceu em um distrito escolar no Estado Americano do Mississipi. A escola Agricultural de Itawamba preferiu cancelar o baile a deixar duas gurias curtirem a noite. E depois aceitou um acordo de pagar 35 mil dólares à adolescente para encerarem a questão judicial!



Constance é exemplo. Nada de ficar em casa enquanto a festa rolava. A escola propôs que a garota levasse a namorada, mas elas não poderiam demonstrar nenhum tipo de carícias e as duas deveriam usar vestido. Nada de terno, como Constance queria. A menina não pediu esmola. Ela lutou. Em 23 de março deste ano o juiz distrital Glen H. Davidson decidiu que a escola violou os direitos de Constance, previstos pela Primeira Emenda da Constituição Americana.

"Nossos registros mostram que Constance assumiu publicamente sua homossexualidade desde a 8ª série, e que ela pretendia passar uma mensagem ao vestir um terno e expressar sua identidade ao comparecer ao baile com uma parceira do mesmo sexo", diz o texto do veredicto do juiz Glen Davidson. Aliás, agiu com a sabedoria de um Salomão, esse “filho de Davi”...



O que aconteceria se fosse aqui no Brasil? Nunca soube de nada parecido e fiquei estratosfericamente ansioso para ver um caso desses numa versão tropical. Meninos, por favor, me convidem para ser o par na formatura de algum de vocês!!! Só vou ficar devendo na valsa. Aliás... valsa? vamo combinar né...

Outra coisa que merece um “vamo combinar né...” é essa construção de casal feita pela sociedade. Ok, o Brasil não faz aqueles bailes de formatura com os alunos dançando perfeitamente coreografias inacreditáveis acompanhas de love song. A gente se contenta com uma valsinha e um trecho da Canção da América. Aqui também não tem limusine, “te pego às 8h00”, rei e rainha do baile, e aquela parafernália toda. Mas uma coisa tem de igual: o casal. Homem e mulher, e se fugir disso pode rolar enforcamento, apedrejamento, injeção letal e um mês sem internet.

Incrível é estar subentendido que ninguém pode quebrar essa convenção de casal. Mas dançar valsa em cima dos Direitos Humanos e depois atropelar com a limusine tá liberado! É bem assim: uma menina não pode fazer par com uma menina, mas ela pode ser proibida de participar de um evento importantíssimo na vida dela só porque uma instituição que deveria educar para a cidadania resolveu que menina com menina não forma um casal. Eu preferia não ser pego às 8h00 ou não ser coroado rei do baile.

E nem adianta vir com papinho de que “Mas ela não foi proibida. Ela poderia ir desde que não trocasse carícias com a outra menina”. Não sei se isso é burrice ou sadismo por parte de quem pensa assim. É um mistério que os heteros se incomodem com carícias entre homos, mas não dá pra entender porque o contrário não acontece. Essa deve ser uma frescura de heteros e pessoas frescurentas precisam de tratamento especializado urgente!

Muito suspeita essa fixação que a sociedade tem com casais. Parece que eles precisam afirmar isso dia após dia, translação após translação, baile após baile. “Meninos pra lá e meninas pra cá, senão a mão cai!” Nem precisa esperar até o baile de formatura, porque a polêmica já pode rolar na próxima festa junina. Na escola nunca tem o mesmo tanto de meninos e meninas... quando sobram mais meninas, não tem problema nenhum uma delas se vestir de cowboyzinho, mas vai colocar um chapéu de trancinha na cabeça de um menino!! Vai, duvido...

Sabe por que isso acontece? Porque uma menina pode se vestir de menino, afinal ser homem é tudo de bom. Mas um menino não pode se vestir de mulher nem de brincadeira, porque a sociedade machista acha que mulher é o erro e homem não pode se sujeitar a isso.

Quando a escola vai começar a ensinar o que é cidadania e parar de fortalecer convenções usadas para fundamentar preconceitos? Quando é que os heteros homofóbicos vão entender que o comportamento sexual deles também assusta? Quando é que vão deixar uma menina viver a natureza e a felicidade dela e parar de forçá-la a ser quem ela não é? Não sei...mas lembrei que um jeito de tornar-se hetero é menino levar menina ao baile de formatura.

2 comentários:

  1. aconteceu algo parecido na minha eskola. em um baile de colegial. ond esó havia jovens e adultos. duas namoradas apenas deram um bjo. no meio de mtus heteros s epegando. pra que q elas foram fazer isso. foram mtu humilhadas. e foram convidadas a se retirar

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  2. faze uqeu a mina ta certa lutar pelos direitos dela ne ?

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