terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mais um gay e jornalista com diploma!


Yeah! Depois de anos e anos aprendendo semestralmente a escrever um lide e mostrar “quem fez o quê, quando, onde, como e porquê, eu me formei! Usei um belíssimo longo preto com fenda (calma, eu to falando da beca) e aquele chapéu quadrado (chamado capelo e que destruiu meu topetinho). Estava esperando esse evento para trabalhar de verdade aqui no blog, onde vai rolar uma jornalismo báááásico, sem esquecer do glamour, JAMÁS. Espero que curtam os próximos posts desse novíssimo blogayro com diploma =]



Uivos e lambidas para todos! Aaauuuuuuuuuuu!!!!!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Virgindade também é coisa de gay!

Será que existe algum gay virgem? Existe alguma menina que nunca fez nadinha com outra? Claro que existe, quem é LGBTeen e já foi virgem sabe disso.

O mundo está cheio de pessoas achando que ser homossexual é ser depravado, assanhado e viciado em sexo!! Poxa, existem meninos esperando pra ter a noite especial junto com um princesinho. E meninas procurando a sapatilha certa pra esquentar o pé e o resto do corpo pela primeira vez.

Virgem sim! Por que não? Isso mostra que homossexualidade também tem a ver com afetividade, carinho, vontade de amar e querer bem. Com certeza alguém vai perguntar “Como é que o menino ou a menina vai saber que é homossexual sem ‘provar da fruta’?”.

Deco Ribeiro, fundador do Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados, explica. “Na cabeça dessas pessoas, só se ‘vira’ gay - o que já é um erro - depois de ter experimentado o sexo com alguém do mesmo sexo. É essa linha de pensamento que diz que pode-se influenciar alguém a ser gay, pela convivência ou pelo famoso troca-troca”.

E gay virgem também vira motivo de piadas quando os amigos descobrem. Igualzinho aos heteros. Renato, um teen virgem de 17 anos, já nem liga mais para as piadas, pois acredita que vale a pena esperar a hora e o cara perfeito. “Já deu muita vontade, mas só tesão não vale. Tem que ter amor...”, confessa o boy.

Like a virgin! Chega uma hora na vida dos meninos e meninas heteros que eles começam a prestar mais atenção no sexo oposto. As garotas começam a passar bastante maquiagem pra chamar atenção do gato. Os caras ficam mostrando que são fortões e tentando descobrir o que agrada a gatinha. Eles sabem o que querem e vão à caça! E precisaram experimentar para saber o que queriam? NÃÃÃÃÃÃÃO. Acontece igualzinho com os LGBTeens.


Uma das páginas da minha revista

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Meninas são expulsas de festa da escola por terem se beijado

Depois de escrever sobre o caso de Constance McMillen, (em 5 de agosto) fiquei sabendo de um outro incidente, e aqui mesmo, no Brasil, em Sampa! O estudante Alan Luigi, de 15 anos, ou Prince, como prefere ser chamado, disse que duas colegas foram expulsas da festa que a escola tinha feito para encerrar o semestre. “A festa não estava família, porque tinha muita pegação. Eram só alunos do colegial, estava todo mundo dançando, os adultos pra longe, não tinha criança. Daí duas meninas começaram a se beijar já estava todo mundo se pegando mesmo. E foram convidadas a se retirar depois disso”, conta Prince.


O garoto demonstrou uma preocupação com a desigualdade de direitos ao completar que “elas só se beijaram. Perto do que os outros estavam fazendo não era nada. Tava quente o negócio. Os adultos só apareceram pra tirar elas de lá”.

As meninas saíram caladas e foram para o ponto de ônibus em frente à escola. “Ainda não conversei com a que estuda lá na escola depois que voltaram as aulas. A gente só de cumprimentou rapidão. A namorada dela só vai lá às vezes” disse Prince.

Quando esse tipo de coisa acontece, o ideal é procurar uma assessoria jurídica, de preferência com um grupo LGBT próximo, ou então pedir uma orientação para a equipe do Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados, pelo site www.e-jovem.com . Ficar quieto está fora de moda.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Como virei lobisomem

Aprendi desde pequeno que “Homem como homem, vira lobisomem”. De onde tiraram isso? Fora a rima bizarra, o mais absurdo é que o lobisomem esteja associado ao homem homossexual. E, de acordo com a frase, para o homem “tornar-se” homossexual é necessário um “homem com homem”. Aos seis anos de idade eu já era um lobisomenzinho, mas meu “homem com homem” só rolou ali pelos 15. E aí?

VIRAR, TRANSFORMAR, MUDAR, TORNAR. São verbos que normalmente mostram uma transição, uma evolução. Mas nessa frase que a gente ouve desde criança o verbo serve apenas para mascarar preconceitos. Ninguém vira gay só porque resolveu explorar crateras alheias ou confrontar a espada de algum São Jorge. Existem gays virgens transbordando pelas salas de bate-papo, pelos barzinhos, pelos banheiros masculinos e vestiários das escolas. E o que os adultos preconceituosos ensinam para esses pequenos homens? Ensinam que, se eles virarem lobisomens, serão perseguidos por uma sociedade que tem medo de lobos.

Um professor me questionou porque eu fiz questão de colocar, em destaque, no meu trabalho de conclusão de curso, uma frase de autoria da filósofa Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher. Tornar-se mulher”. Acho que, sem querer, associei ao lance do lobisomem. Seguindo a mesma lógica, é possível dizer: “Ninguém nasce hetero. Torna-se hetero.” Desde pequenos somos obrigados a cumprir papéis de acordo com o que temos escondido nas fraldas.

Meninos formam filas de meninos para brincarem de carrinhos, serem violentos, líderes, competitivos e se ORGULHAREM de serem machos. Meninas formam filas de meninas para brincarem de bonecas, serem dóceis, recatadas, submissas e se CONFORMAREM em serem fêmeas. Fiz questão de usar os termos orgulho e conformação, pois é realmente isso que acontece. Não existe lua que clareie essa questão. Nascemos heteros? Nascemos bi? Nascemos gay? Sei apenas que nasci homem...

Nasci assim. Tão certo quanto a lua está acima das nossas cabeças, estava escrito nas estrelas que lobisomem eu viraria. Já dizia a profecia: homem com homem, dá lobisomem. Nasci lobi-baby, fui lobimoleque, agora estou entre lobi-boy e lobi-homem. A idade me fez lobisHomem. O "homem com homem" foi ironia do destino que começou numa videolocadora, entre comédias românticas e filmes de terror. Virei lobisomem, mesmo já tento nascido um.
Sou Lo-Bi-Boy. Meio espanhol por causa do Lo, meio inglês por causa do Boy. Mas o Bi é universal! Não importa a língua, a orientação sexual, o gênero, a identificação. Sou tudo isso misturado, bi, homo, hetero, dublado e legendado.

Torne-se. Ou pelo menos assuma.